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Momento Saúde – RINS POLICÍSTICOS

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Safismi

Rins policísticos, ou doença renal policística é uma moléstia genética, relativamente comum, progressiva e hereditária, determinada por mutações nos genes PKD1 (85% dos casos) e PKD2 (15% dos casos). Ela se manifesta em ambos os sexos, não importa a idade nem a etnia. Pareça haver fatores ambientais envolvidos.

Sua principal característica é a formação de inúmeras dilatações semelhantes a bolhas de diferentes tamanhos, em alguma parte do néfron (ou nefrônio), a unidade funcional dos rins encarregada de filtrar o sangue e eliminar a urina.

Revestidos por tecido epitelial, os cistos renais contêm material líquido semelhante ao plasma sanguíneo (cistos simples) ou semisólido (cistos complexos), em seu interior, e podem afetar um ou os dois rins. Cistos simples, em pequeno número, isolados, com superfície regular, podem surgir nos rins à medida que as pessoas envelhecem sem constituir problema mais sério de saúde.

Já, quando característicos da doença renal policística, eles são em grande número, afetam os dois rins e podem estar associados ao aparecimento de cistos no fígado, pâncreas, vasos sanguíneos, vesículas seminais, coração e cérebro.

A doença renal policística é uma moléstia hereditária. Em alguns casos, porém, pode ser provocada pela mutação espontânea do gene que, dali em diante, passa a ser transmitido para as gerações futuras.

A enfermidade pode ser descoberta por acaso durante exames de rotina, ou porque surgiram sintomas sugestivos de algum tipo de disfunção renal. Exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada do abdômen são recursos importantes para fundamentar o diagnóstico. Alterações nas dosagens ideais de creatinina e ureia registradas nos exames de sangue podem ser úteis para estabelecer o diagnóstico e acompanhar a evolução da insuficiência renal crônica.

Quando o doador do rim para transplante pertencer à mesma família do receptor doente, deve ser encaminhado para pesquisa genética a fim de avaliar se não é portador da mutação, uma vez que os exames de imagem podem ser insuficientes e ou apresentar resultados inconclusivos nas pessoas mais jovens.

Na grande maioria dos casos, no início, os cistos são assintomáticos. Com a evolução do quadro, porém, as queixas mais frequentes são dor nas costas, cansaço, edema (inchaço), náusea, sangue na urina (hematúria), infecções urinárias, cálculo renal. Hipertensão arterial, perda de proteínas pela urina que fica espumosa (proteinúria), doença diverticular do intestino, aneurisma intracraniano são comorbidades que podem estar associadas aos rins policísticos.

Ainda não existe tratamento específico para curar a doença renal policística, mas estão em estudo várias drogas para inibir a evolução. Por enquanto, as atenções estão voltadas para alivio dos sintomas e controle das comorbidades e complicações. A pior delas é a insuficiência renal crônica que, muitas vezes, só é diagnosticada, quando os cistos praticamente destruíram todo o tecido renal sadio.

Portadores de rins policísticos devem observar os seguintes cuidados:
Manter os níveis da pressão arterial nos valores adequados; o ideal é que eles sejam iguais ou estejam abaixo de 120 mmHg por 80 mmHg;
Encaminhar os parentes próximos, de primeiro grau e maiores de 18 anos, para avaliação precoce das condições renais;
Beber bastante líquido (o necessário para a urina ficar clarinha) e evitar a ingestão de cafeína em excesso;
Ficar longe do cigarro.
Observação importante: Os cistos renais não constituem sinal de lesão pré-maligna. No entanto, exigem atenção e acompanhamento médico periódico de um especialista. Além dos danos que provocam no organismo, o fato de serem numerosos e aumentarem progressivamente de tamanho, pode representar um risco para o diagnóstico tardio de um tumor que, acaso, se instale entre eles.

Fonte: Drauzio Varella Imagem: Portal Tech4Health

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