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Momento Saúde – HÉRNIA UMBILICAL EM ADULTOS

Publicado

em

Safismi

Entende-se por hérnia umbilical uma saliência que se forma na região do umbigo. Geralmente, ela é resultado do escape de parte de uma alça do intestino, ou do tecido que reveste a cavidade abdominal ou, ainda, do fluido peritoneal, que atravessa as camadas sobrepostas de tecidos que compõem a parede abdominal, exatamente no local por onde passa o cordão, que mantém o bebê ligado à mãe.

Longe de imaginar, porém, que as hérnias umbilicais afetam apenas as crianças pequenas. Elas podem surgir também na vida adulta, não importa a idade e, não é raro as pessoas irem tocando a vida, normalmente, sem apresentar sintomas que demandem maior atenção.

Uma das principais causas da hérnia umbilical em adultos é a ascite, popularmente conhecida como barriga d’água. Sua principal característica é o acúmulo anormal de líquidos no interior da cavidade peritoneal, condição que gera aumento da pressão no local e propicia a formação de hérnias. Excesso de peso, prática de esportes violentos, tosse crônica e persistente, gravidez (especialmente as multigemelares), envelhecimento, incisão cirúrgica prévia estão entre as causas possíveis das hérnias umbilicais em adultos.

Algumas condições funcionam como fatores de risco para a incidência de hérnias umbilicais, desordem que chega a acometer de 10% a 20% da população. Entre elas, vale destacar: ser mulher, baixo peso ao nascer, prematuridade, desnutrição, ascendência africana, síndrome de Down, mucopolissacaridose (ou síndrome de Hunter), doença hereditária de caráter recessivo ligado ao cromossomo X, assim como a fibrose cística, a hiperplasia da próstata e algumas comorbidades hepáticas.

Sempre vale repetir que o sinal característico da hérnia umbilical em adultos (e também nas crianças), costuma ser o deslocamento anormal de um órgão, de parte dele, ou do líquido peritoneal através de uma abertura na parede abdominal, que se formou na região do umbigo, cicatriz que não possui nenhuma ligação interna com os outros órgãos.

Grande parte das hérnias umbilicais são assintomáticas. Dor local é sintoma pouco frequente nas crianças. Nos adultos, quando ela se instala, a intensidade está diretamente associada à gravidade do evento. É importante registrar que existem duas complicações que podem agravar o quadro das hérnias de maneira geral e colocar a vida em risco: o encarceramento e o estrangulamento. Entende-se por encarceramento a retenção de um segmento do intestino dentro do saco herniário, condição que pode promover o ressecamento das fezes e a interrupção do trânsito fecal.

São sintomas próprios da hérnia estrangulada: febre, dor forte no abdômen, prisão de ventre, náuseas e vômitos, alterações na cor e na aparência do nódulo retido.

O diagnóstico é, sobretudo, clínico. O médico leva em conta o histórico do paciente, a presença ou não de sintomas, e os achados obtidos no exame físico criterioso. Caso algum ponto permaneça obscuro, o ultrassom da parede abdominal e a tomografia computadorizada são os recursos indicados para esclarecer a situação e evitar complicações mais graves.

O tratamento das hérnias umbilicais é cirúrgico. A proposta é corrigir o defeito que se instalou na parede abdominal, por meio de suturas ou pela implantação de uma tela de polipropileno, que tem por finalidade reforçar a região do umbigo e impedir o retorno do conteúdo intra-abdominal. A recuperação é rápida e a pessoa pode receber alta no mesmo dia, ou no dia seguinte ao da cirurgia. Em casa, ela deve permanecer em repouso por dois ou três dias. Entretanto, só estará autorizada para assumir as atividades normais três semanas depois da cirurgia para a correção da hérnia e da abertura da parede abdominal.

Embora o prognóstico seja bom e as cirurgias sejam realizadas com bastante segurança, recidivas podem ocorrer em algumas pessoas predispostas. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de levantar e carregar pesos, especialmente se a parede abdominal estiver dando sinais de enfraquecimento.

Fonte: Maria Helena Varella Bruna | Imagem: Prof. Dr. Sergio Roll

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