Com o avanço da idade, é necessário tomar alguns cuidados especiais com a saúde para manter a qualidade de vida. Com os cuidados bucais isso não é diferente. A especialização odontológica em odontogeriatria é exemplo disso. Ainda recente – reconhecida formalmente em 2002, essa especialidade tem como objetivo o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de enfermidades bucais na 3ª idade. Ela se torna ainda mais importante tendo em vista o aumento da expectativa de vida da população.
A principal recomendação é o foco na prevenção e uma higienização eficiente, especialmente se o paciente utilizar próteses, pois essas tendem a acumular e reter resíduos alimentares. Para limpar as próteses, a especialista recomenda o uso de sabonete neutro ou produtos específicos – não é aconselhável usar pasta de dentes, porque pode danificar a estrutura.
“Quando o idoso faz uso de medicamentos, alguns podem apresentar efeitos colaterais e afetar a mucosa, ocasionando feridas, diminuição da saliva, dificuldade na deglutição, dor e, consequentemente, a alimentação fica comprometida”, conta a especialista. Mucosas mais sensíveis ficam mais propícias a sofrer algum tipo de lesão durante um possível tratamento, por exemplo.
“Retração gengival devido a traumas por problemas oclusais, perdas e movimentações dentárias, higiene oral deficiente e escovação traumática também são pontos que tem de ser observados com muita atenção”.
Regularidade recomendada para consultas
“A frequência de idas ao consultório é muito particular e varia de paciente para paciente, a depender da condição bucal de cada um”, explica a dentista. De acordo com ela, se a situação for boa, uma consulta a cada seis meses é o suficiente para realizar a prevenção.
Procedimentos mais comuns na terceira idade
“Cárie de raiz e doença periodontal são mais comuns na terceira idade”. Com a idade, é normal que o idoso tenha algumas dificuldades de movimentação, o que pode prejudicar a qualidade da escovação e a higienização bucal geral. “A xerostomia, que é a sensação de boca seca, também é outro grande incômodo nessa fase”, conta. As próteses dentárias também são mais comuns dentro dessa faixa etária. Para a realização delas, recomenda-se que o paciente consulte um profissional especializado nessa área, pois caso a colocação da prótese não ocorra corretamente, pode provocar sérias lesões bucais que, por sua vez, podem levar a problemas mais graves – como o câncer de boca.
E o implante dentário na terceira idade?
O implante dentário na terceira idade pode ser uma ótima opção para manter a autoestima e a função mastigatória desses pacientes. Entretanto, é muito importante garantir que o paciente seja um candidato para o procedimento. O implante dentário na terceira idade é recomendado quando:
O estado geral de saúde do paciente permite uma cirurgia bucal;
Na ocasião de doenças sistêmicas – como diabetes e hipertensão –, somente caso estejam efetivamente controladas;
O paciente é lúcido e possui capacidades motoras para garantir a higienização após o procedimento;
Caso necessário o enxerto ósseo, avaliando se cavidade oral do paciente suportaria o procedimento.
O implante dentário na terceira idade não é recomendado quando:
O paciente é fumante;
O paciente realizou um tratamento de radioterapia em menos de um ano ou tomou o medicamento bisfosfonato;
Pacientes com problemas de cicatrização, deficiência imunológica, câncer ou diabetes descontrolada.