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Região

“Esta universidade é a revolução que quero para América Latina”, diz Lula em anúncio da retomada de obras da Unila

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Safismi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fazer da Universidade Federal da Integração Latino-Americana um símbolo para a América Latina. A afirmação foi feita em Foz do Iguaçu (PR), nesta terça-feira (4), durante anúncio da retomada das obras do campus da universidade em um terreno doado pela Itaipu Binacional.

A empresa vai custear toda a primeira fase da construção, paralisada há dez anos. O investimento é de R$ 600 milhões. O projeto, também doado pela Itaipu, é o último do arquiteto Oscar Niemeyer, falecido em 2012.

“Esta universidade é a revolução que quero para a América Latina”, disse Lula em seu discurso. Segundo ele, a previsão de entrega do novo campus é de três anos, ainda durante sua gestão na presidência.

A Unila foi criada no segundo mandato de Lula e é considerada um símbolo da integração da América Latina e da cooperação Sul-Sul. As obras foram iniciadas em 2011, mas interrompidas em 2014. “Vocês não têm noção da alegria que tenho de fazer esse anúncio”, considerou o presidente.

Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, a obra da Unila representa a mudança na forma de pensar os investimentos da empresa, seguindo as diretrizes do Governo Federal. “Reconhecemos a importância de todas as obras de infraestrutura financiadas pela Itaipu, mas investir em políticas sociais, ciência e pesquisa têm mais impacto sobre as vidas da população”, disse Enio.

O diretor destacou o empenho do grupo de estudos formado por Itaipu, que teve um prazo de 120 dias para definir um plano de ação, mas acabou fazendo o trabalho em 60 dias, considerando vários cenários e tendo como norte a segurança jurídica, a economicidade e o tempo. E concluiu: “Se Foz do Iguaçu já tem a usina de Itaipu e as Cataratas, agora ganha um novo atrativo turístico, a última obra assinada por Oscar Niemeyer, refletida naquele edifício.”

O acordo de cooperação técnica assinado entre Itaipu, Unila e Ministério da Educação (MEC) prevê o financiamento por parte da Binacional para execução do remanescente da estrutura.

Serão concluídas as obras da primeira fase do futuro campus, paralisadas desde 2014 com 41,58% dos trabalhos executados. A etapa inclui o prédio principal com 18 andares, o bloco de salas de aula e o restaurante, estruturas que possibilitam toda a funcionalidade do campus e a ampliação do número de vagas da universidade.

Além do papel desempenhado na região, a universidade representa a “integração dos países latino-americanos, a certeza da integração cultural e política dos países da América Latina”, segundo a o ministro de Educação, Camilo Santana, que se comprometeu, junto com Itaipu, a entregar a universidade ainda no governo do presidente Lula.

Mesmo sem o campus, a Unila funciona, desde sua criação, em outros edifícios em Foz do Iguaçu. Para o prefeito Chico Brasileiro, a universidade sempre contribuiu para a arte e a ciência, promovendo uma grande transformação na região da tríplice fronteira. “Durante a pandemia da covid-19, os estudantes recém-formados em medicina em 2020 foram para linha de frente para combater a doença”, lembrou.

Entre os vários estudantes da instituição, a cerimônia destacou alguns graduandos, como o brasileiro Victor Emanuel, o paraguaio Matias Duarte, o venezuelano Jesús León, o haitiano Roldy Julien, o cubano Yordanis Urrita e a indígena Rosileia da Cruz, além da presidente do diretório estudantil da Unila, Jovana Farias, e da graduada Izabela Fernandes.

Formado na primeira turma do curso de Relações Internacionais e Integração, o cearense Francisco Denes Pereira, 32 anos, fez mestrado e está terminando doutorado e, hoje, trabalha na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. “Gostaria de voltar à Unila para dar aula”, comentou. Para ele, a cerimônia mostra um retorno do projeto original do campus da Unila, “Com o governo Lula e as diretrizes de incentivo à integração regional, vamos terminar esse campus”, afirmou.

Novos investimentos da Itaipu

Durante a cerimônia, também foi anunciado o repasse da Itaipu Binacional de quase R$ 18 milhões para compra de equipamentos mobiliários para escolas do Oeste paranaense. “É um valor pequeno para Itaipu, mas que representa uma grande melhoria na educação do Paraná”, afirmou Enio Verri.

O convênio, com vigência de 12 meses, será celebrado com a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED/PR), que será responsável pelas aquisições. O investimento atenderá 278 instituições dos Núcleos Regionais Ensino de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, atingindo 54 municípios paranaenses.

O evento marcou ainda o compromisso da margem brasileira da Itaipu com a construção de moradias populares, em Foz do Iguaçu. A empresa vai repassar recursos obtidos em um leilão público de 48 propriedades que já cumpriram a função para a Binacional. A expectativa é arrecadar de R$ 18 milhões a R$ 26 milhões.

Nova Reitora

No evento, a professora doutora Diana Araujo Pereira foi empossada reitora da Unila. O termo de posse foi assinado por ela e pelo ministro Camilo Santana. Diana foi eleita pela comunidade universitária e nomeada no dia 14 de junho, no Diário Oficial da União. O mandato é de quatro anos.

“É neste laboratório da diversidade que é a Unila, que precisamos praticar a democracia. A convivência intercultural é condição imprescindível para convivência democrática”, afirmou em seu discurso. Segundo a reitora, a retomada das obras significa também a própria sobrevivência da universidade para o futuro. “Representa uma segunda chance. Ela poderá ter o porte que nasceu para ter”, finalizou.

Fonte: assessoria Itaipu Binacional | foto: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional

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