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Embrapa lança nova cultivar de feijão-comum com grande apelo de mercado no Show Rural

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Safismi

Com alta produtividade, excelente qualidade comercial e tolerância a patógenos de solo, a BRS FC415 será apresentada aos produtores durante o Show Rural, que acontece entre os dias 6 e 10 de fevereiro, em Cascavel (PR). Desenvolvida pela Embrapa Arroz e Feijão, a cultivar se destaca pela grande adaptação às diferentes regiões produtoras (veja quadro abaixo), alto potencial produtivo (3.915 kg/ha esperados) e excelente qualidade comercial dos grãos, que possuem escurecimento lento, uma das demandas mais importantes exigidas pelo mercado atualmente.

REGIÕES DE INDICAÇÃO POR SAFRA
1ª Safra: AL, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MS, MT, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RS, SC, SE, SP e TO.
2ª Safra: DF, ES, GO, MS, MT, PR, RJ, RS, SC, SP e TO.
3ª Safra: BA, DF, ES, GO, MA, MT, RJ e TO

De arquitetura semiereta, ideal para colheita mecanizada, a BRS FC415 apresenta ciclo normal (85 a 94 dias, da emergência à maturação fisiológica), com resistência moderada à murcha de Fusário, viabilizando a adoção em áreas antigas de cultivo. Esse lançamento deverá contribuir para reduzir o uso de defensivos agrícolas e, consequentemente, o impacto no meio ambiente e na saúde humana, favorecendo o aumento da sustentabilidade na produção agrícola.

Com a produção girando em torno de 2.7 milhões de toneladas ao ano, o Brasil está entre os maiores produtores e consumidores mundiais de feijão. O tipo Carioca representa cerca de 70% desse consumo, que tem se tornado cada vez mais exigente quanto às características de qualidade comercial, como rendimento de peneira e a coloração. Durante o período entre a colheita e a comercialização, ocorre o escurecimento da tonalidade bege do grão, reduzindo o valor de mercado e pressionando o agricultor para a comercialização rápida, independentemente do preço do momento.

De modo geral, até agora, as cultivares do grupo carioca com escurecimento lento dos grãos disponíveis no mercado não apresentam boa resistência a doenças, especialmente as de origem no solo. Assim, BRS FC415 se destaca das demais, dada a moderada resistência à antracnose e à ferrugem, tendo também bom nível de resistência aos patógenos de solo causadores da murcha de Fusário e das podridões radiculares.

As pesquisas que originaram a BRS FC415 tiveram início em 2004, na Fazenda Capivara, sede da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás. Até 2009, o processo de desenvolvimento foi realizado entre esses campos experimentais em Goiás e outros no Núcleo Regional em Ponta Grossa, PR, alternando-se, também, as épocas de semeadura: seca, inverno e nas águas, até a obtenção de uma linhagem ideal. A partir dessa etapa, iniciaram-se os experimentos com repetições em múltiplos locais, sobre os caracteres de importância agronômica, comercial e nutricional. Em 2011, a linhagem foi avaliada no “experimento preliminar do grupo carioca”, em seis ambientes, nos Estados de Goiás, Paraná, Sergipe e Minas Gerais. Em 2013, no experimento intermediário, estendeu-se para em onze áreas, inserindo o Estado da Bahia e o Distrito Federal. As análises de desempenho se ampliaram para 20 ambientes e, nos anos de 2016/17, já com obtenção de sementes suficientes para o preparo dos ensaios de valor de cultivo e uso (VCU), ocorreu a avaliação em 86 experimentos.

Produtividade de grãos e potencial produtivo

Desses campos onde se realizaram os VCUs, 62 foram colhidos e atingiram os padrões de qualidade experimental necessários, considerados no processo de registro de cultivares quanto aos dados de produtividade. Os experimentos foram conduzidos nas regiões de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, nas épocas das águas e da seca; em Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, nas águas, seca e de inverno; e em Sergipe, Alagoas e Pernambuco, na época das águas. Na média geral dessas avaliações, a linhagem que, posteriormente, seria registrada como BRS FC415, produziu 2.310 kg ha, superior às testemunhas que também possuíam escurecimento lento dos grãos. Na região Centro-Sul, a cultivar atingiu nível produtivo ainda maior, 2.682 kg ha. Nas regiões Central e Nordeste, as produtividades foram semelhantes às demais.

Rádio Jornal São Miguel com Assessoria

 

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