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Brasil

Vivendo pior crise de sua história, Cruzeiro pensa em alternativas e planeja virar clube-empresa

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Safismi

Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, com uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões e sem dinheiro em caixa, o Cruzeiro atravessa a pior crise de sua história. A antiga diretoria renunciou, e um grupo de empresários assumiu o clube de forma interina. Eles têm se reunido nos últimos dias para “abrir a caixa preta” e pensar em soluções. E o atual CEO da Raposa, Vittorio Medioli, revelou que há planos para uma mudança de natureza comercial do Cruzeiro, que deve deixar de ser um clube recreativo e se transformar em um clube-empresa, uma Sociedade Anônima (S/A).

“Acredito que, em um prazo relativamente curto, em três anos, voltaremos a ter um clube competitivo, uma situação saneada. Mas não escapa de transformar o Cruzeiro em uma S/A, uma empresa. Aí passa a ter uma responsabilidade diferente” – Vittorio Medioli.

O empresário, vice-presidente e CEO do “núcleo dirigente transitório” do Cruzeiro, citou o projeto de lei que incentiva os clubes de futebol, que são em sua imensa maioria associação civil sem fins lucrativos, a migrarem para a Sociedade Anônima. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e tramita no Senado Federal. O primeiro clube a demonstrar interesse em ser favorecido pela lei é o Botafogo, em transição já aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube carioca.

– O clube é recreativo, e as coisas que aconteceram aqui são injustificáveis. Dentro de uma S/A, poderemos lançar um projeto de uma empresa que vai ser cotada na Bolsa. Não no primeiro ano. Primeiro, fazer com capital fechado. Depois, passar para capital aberto. Inclusive uma parte da dívida pode ser paga ou negociada em cima de participação acionária do novo Cruzeiro. Poderá manter a marca, o acervo histórico do Cruzeiro, mas há uma massa podre que cada vez é mais podre – disse o executivo celeste, ao GloboEsporte.com.

O modelo “clube-empresa” é visto pelos novos dirigentes do Cruzeiro como a saída para a arrecadação de receitas capazes de garantir o futuro do clube. Ou seja, a ideia é “congelar” as dívidas atuais para encher um novo cofre. Segundo Medioli, é a partir do Cruzeiro S/A que haverá novo programa de sócio-torcedor, fidelização da torcida, e até mesmo reestruturação patrimonial.

– E capitalizar uma nova empresa. Que irá se chamar, me parece que poderá se chamar “Cruzeiro” ou “Novo Cruzeiro”. Vamos manter a alma do antigo Palestra Itália e começar mais 100 anos de luta. É refundação, não há outra maneira. São pilhas de coisas que foram mal feitas.

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Uniguaçu