Em pleno 2025, a violência contra a mulher ainda é uma realidade no Brasil. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), cerca de 1.128 feminicídios foram registrados até outubro de 2024, um número que persiste de forma assustadora. Mesmo com avanços na legislação e políticas públicas, como a Lei Maria da Penha, as estatísticas continuam a ser desafiadoras.
No Jornal da Manhã Entrevista desta segunda-feira (10) a Dra. Ramicielly Teixeira de Góis, advogada especializada em direitos de família, destacou que, apesar das conquistas legais, os índices de violência contra a mulher permanecem elevados. “É muito triste que, mesmo em pleno 2025, o tema da violência contra a mulher ainda seja tão atual. Os números são realmente assustadores. Após tantas conquistas legislativas, ainda não é muito bem acolhido. Os índices de feminicídio, estupros e assédio no trabalho continuam assustadores”, afirma.
No âmbito judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou 8,3 mil processos relacionados a feminicídios em 2023, além de 959 mil novos casos de violência doméstica no mesmo período, um número equivalente a 2,6 novos casos por dia.
A advogada também ressalta a importância de compreender a violência em suas diversas formas, muitas vezes sutis no início. “Normalmente, a violência começa de forma muito sutil, o que torna difícil perceber. Falamos muito sobre a violência física porque ela é mais palpável e visível, é mais fácil de identificar. No entanto, esse tipo de violência geralmente vem depois de uma série de outras formas de abuso, como a violência psicológica. Muitas vezes, começa com atos que constrangem a mulher, seja publicamente ou no íntimo, como diminuir, desqualificar ou chamá-la de nomes, o que vai oprimindo cada vez mais”, explica Dra. Ramicielly.