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Tecpar vai produzir medicamentos biológicos para o SUS

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Safismi

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) passa a ser um centro de produção de medicamentos biológicos para o tratamento de câncer, artrite e doenças autoimunes. Atualmente, essa categoria de medicamento é importada, tem alto custo e depende de tecnologia externa.

A produção do instituto será destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Os medicamentos serão produzidos em uma fábrica do instituto que será construída em Maringá, no noroeste do estado. São seis medicamentos biológicos: Bevacizumabe, Etanercept, Infliximabe, Adalimumabe, Trastuzumabe, Rituzimabe.

Antes de iniciar a produção, o Tecpar pode comprar os medicamentos de laboratórios estrangeiros parceiros e vender ao Ministério da Saúde. Isso amplia a oferta dos produtos pelo SUS, reduz o custo e gera recursos para financiar a incorporação da tecnologia por parte do instituto paranaense.

O diretor industrial do Tecpar, Rodrigo Silvestre, afirma que, além da redução de custos e incorporação de tecnologia, a parceria facilita que os medicamentos cheguem ao sistema de saúde pública. Segundo ele, devido ao custo, os medicamentos biológicos geram elevado número de ações judiciais, pois só são liberados para algumas indicações.

Além do laboratório paranaense, mais duas instituições públicas – Biomanguinhos e Butantan – foram confirmadas, em 2017, pelo Ministério da Saúde para o desenvolvimento da plataforma de anticorpos monoclonais.

De acordo com o diretor técnico do Tecpar o prazo de execução de todo o projeto é de 10 anos. Ele começa com aquisição e fornecimento dos medicamentos e, gradativamente, será iniciado o processo industrial, com o envaze do produto e formulação. “Por último, vamos cultivar a célula, purificar as proteínas, até finalmente ter a posse do banco de células-mestre. Isso nos possibilitará dominar a tecnologia até chegarmos a produzir novos medicamentos, totalmente nacionais”.

Produção feita com material vivo
Os biológicos são feitos a partir de material vivo e manufaturados por meio de processos que envolvem engenharia genética e biologia molecular. São produzidos por meio de células vegetais e animais que expressam moléculas mais complexas que os medicamentos sintéticos, por exemplo. Trata-se de uma molécula muito grande, com mecanismo de ação mais eficiente. O poder de cura é elevado, com redução dos efeitos colaterais”, explica o diretor.

No caso do câncer por exemplo, o medicamento sintético afeta o sistema inteiro do paciente, por isso ocorre a queda de cabelos e unhas. Já o medicamento biológico identifica o marcador do tumor e atua apenas sobre a célula doente. “Isso implica em um aumento significativo na qualidade de vida da pessoa. Logo teremos um medicamento personalizado para cada paciente, esse é o futuro que vislumbramos”, afirma Silvestre.

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