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Síndrome do coração partido

Publicado

em

Safismi

Síndrome do coração partido, ou ainda, cardiomiopatia induzida por estresse são os nomes pelos quais é conhecida uma doença do músculo cardíaco cuja principal característica é a disfunção súbita, mas transitória, do ventrículo esquerdo. Essa alteração usualmente é desencadeada por situações de estresse agudo emocional ou físico, seja a morte de uma pessoa querida, a perda do emprego, o rompimento de um relacionamento afetivo, um acidente automobilístico com graves consequências, crises de asma. Até saber que acertou os seis números da Mega-Sena em dia de prêmio acumulado, assistir à vitória da seleção de futebol ou receber uma promoção inesperada pode também funcionar como fatores de risco para a manifestação da síndrome.

De maneira geral, situações que despertam forte emoção provocam aumento na produção de adrenalina e de outros hormônios do estresse pelas glândulas adrenais. Essa descarga de adrenalina na corrente sanguínea determina um estreitamento temporário nas artérias que irrigam o coração e interfere no funcionamento do músculo cardíaco. Como resposta, o organismo pode produzir sintomas semelhantes aos do infarto agudo do miocárdio em pessoas predispostas, mas sem nenhum sinal de doenças obstrutivas nas coronárias.
Grosso modo, o que acontece na síndrome do coração partido é um descompasso temporário no funcionamento do músculo cardíaco.

Em geral, a síndrome do coração partido dura de sete a 30 dias, tem evolução benigna e prognóstico favorável, já que não deixa marcas permanentes no coração. Raros são os casos em que a doença pode levar o paciente a óbito.

FATORES DE RISCO

A cardiomiopatia induzida por estresse pode afetar pessoas de qualquer idade. Em 90% dos casos, porém, a enfermidade atinge mais as mulheres, acima dos 50 anos, que estão atravessando o período da pós-menopausa. Idosos e portadores de transtornos neurológicos (traumatismo craniano, epilepsia) ou psiquiátricos (crises de ansiedade e depressão) integram também o grupo de risco.

Os sintomas da síndrome do coração partido são praticamente os mesmos que ocorrem na vigência do infarto agudo do miocárdio: dor no peito, falta de ar, cansaço extremo, sudorese abundante.

Angina, arritmia, desmaios, hipotensão são outros sinais da doença, que podem manifestar-se alguns minutos ou várias horas depois da alteração que teve como gatilho um acontecimento estressante (positivo ou negativo). Vale registrar que, em grande parte dos casos, esses sintomas costumam desaparecer espontaneamente, isto é, sem tratamento.

No entanto, é preciso estar atento a possíveis complicações da doença, como a insuficiência cardíaca grave, o edema pulmonar e o choque cardiogênico (o coração perde a capacidade de bombear o sangue na quantidade necessária para nutrir os órgãos), que exigem atendimento imediato em ambiente hospitalar.

Não existe nenhuma fórmula eficaz para prevenir a síndrome do coração partido, mas é fundamental estar sempre alerta a fim de identificar os agentes estressores que podem provocar danos no organismo. Nesse sentido, a prática regular de exercícios físicos já demonstrou sua eficácia no controle do estresse que sobrecarrega o coração.
Não atribua exclusivamente ao estresse ou às condições adversas que atravessa no momento, sintomas como dor no peito, falta de ar, cansaço extremo e batimentos cardíacos irregulares. Procure atendimento médico sem perda de tempo para avaliar as condições cardiovasculares e receber o tratamento indicado, se necessário.

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