Em alusão ao Maio Roxo, mês dedicado à conscientização sobre doenças inflamatórias e autoimunes, a fibromialgia ganha destaque em São Miguel do Iguaçu com ações voltadas à informação e ao cuidado com os pacientes diagnosticados com a síndrome. A condição, marcada por dor crônica e generalizada, exige uma abordagem multiprofissional para garantir qualidade de vida.
Nesta quinta-feira (15), parte da equipe que atende pacientes com fibromialgia no município esteve na Rádio Jornal para explicar como funciona o acompanhamento. O atendimento é ofertado pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Equipe Multiprofissional, formada por profissionais de diversas áreas, como médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionista e educadores físicos, que atuam de forma integrada.
A fibromialgia é uma síndrome crônica que causa dor em diferentes partes do corpo. “A fibromialgia é uma síndrome, e não uma doença, como muitos ainda pensam. Isso porque ela não compromete um órgão específico. Ela se caracteriza por dores crônicas e difusas, ou seja, que atingem várias partes do corpo, e não um ponto isolado. Além da dor muscular, a síndrome costuma afetar outros sistemas”, explicou a fisioterapeuta Laís Amparado Ferreira de Farias.
Além da dor, os pacientes podem apresentar sintomas como fadiga, distúrbios do sono, ansiedade e dificuldades de concentração. Como a síndrome não tem cura, o foco está no controle dos sintomas. Por isso, o tratamento envolve principalmente medidas não medicamentosas, como atividade física regular, acompanhamento psicológico, terapia ocupacional e orientações sobre hábitos saudáveis. Medicamentos podem ser utilizados em casos em que os sintomas interferem significativamente na rotina do paciente.
A alimentação também é um fator relevante no controle da fibromialgia, embora as pesquisas ainda estejam em andamento.
“A fibromialgia ainda é considerada uma condição relativamente nova quando se trata da relação com a alimentação. Muitos estudos estão em andamento, mas já temos alguns dados importantes. Por exemplo, cerca de 70% dos pacientes com diagnóstico de fibromialgia também apresentam síndromes do intestino. Isso já é um indicativo relevante. Além disso, sabemos que alguns alimentos têm potencial inflamatório e podem piorar os sintomas em pacientes que apresentam sensibilidade a esses itens”, reforçou a nutricionista Eveline Valduga Valiati.
A fibromialgia atinge, principalmente, o público feminino. Mais de 90% dos diagnósticos são em mulheres, segundo observações da equipe multiprofissional. A razão exata para esse desequilíbrio ainda está sendo investigada. Além disso, os profissionais alertam para um comportamento comum e preocupante entre pacientes: a automedicação.
“A maioria dos diagnósticos de fibromialgia ocorre em mulheres — mais de 90%, segundo os dados que temos. Ainda não sabemos exatamente o porquê, há muitos estudos em andamento. Mas uma preocupação frequente é a automedicação. Muitas acabam tomando remédios em excesso ou fora do que foi prescrito pelo médico, o que é perigoso. O tratamento precisa ser feito em equipe, com acompanhamento profissional e o apoio da família”, alertou a psicóloga Talini Trich.