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Geral

Quase metade dos médicos formados no exterior foram reprovados em ao menos uma das seis edições do Revalida

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Safismi

esde 2011, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, conhecido como Revalida, recebeu a participação de 7.821 médicos. Porém, 47,4% deles foram reprovados em pelo menos uma edição do exame. Sem a aprovação no Revalida, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira.

Os dados fazem parte de um levantamento obtido com exclusividade pelo G1, com informações sobre as edições do Revalida aplicadas entre 2011 e 2016. Nas seis edições já finalizadas, 4.117 médicos que fizeram a faculdade fora do país conseguiram nota suficiente no exame para revalidarem o diploma. Três quartos deles são brasileiros, bolivianos ou cubanos.

A edição de 2017 ainda não terminou – o resultado da primeira fase foi divulgado em janeiro, depois de passar dois meses suspenso, e a data da aplicação da segunda etapa, inicialmente prevista para março, ainda não foi redefinida.

O Inep afirmou ao G1 que os atrasos se devem ao alto número de candidatos do Revalida que recorreram à Justiça para participar do exame sem apresentar o diploma e a questões burocráticas da lei de licitações.

Os brasileiros que decidiram estudar medicina no exterior respondem por 51,9% de todas as participações registradas nesse período (uma mesma pessoa pode ter participado mais de uma vez no exame), e também são a maioria (52,9%) dos aprovados. Nas seis edições, 2.176 brasileiros conseguiram passar no Revalida, seguidos de 491 bolivianos e 459 cubanos.

Desde 2011, quando foi criado para unificar o processo de validação de diplomas de medicina obtidos no exterior, o Revalida viu o número de candidatos aumentar quase 14 vezes. A taxa de aprovação na primeira etapa, porém, nunca passou de 50% – nível registrado na edição 2015. A edição que mais reprovou candidatos na primeira etapa foi a de 2013, quando nove em cada dez participantes foram eliminados.

A edição 2017, que ainda não terminou, teve recorde de participantes: 7.379 médicos fizeram a primeira etapa, mas até o fim de janeiro só 963 deles haviam sido aprovados para a segunda etapa, que ainda não tem data definida.

O Inep afirma que esse número pode mudar porque há candidatos esperando decisões judiciais para validar sua participação no exame, o que garantirá seu acesso ao resultado.

Considerando a taxa média de aprovação por país nas últimas edições, o Brasil fica em penúltimo lugar, atrás apenas da Bolívia. Com o maior número de participantes, o Brasil tem média de 20,7% de aprovações por edição.

Os três países com a maior taxa média de aprovações são Equador, Portugal e Uruguai. São também os três países com o menor número absoluto de participantes e de aprovados, e os únicos que não tiveram participantes em todas as seis edições.

G1

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