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Agricultura

Prazo maior para plantio de soja no Paraná impacta pouco produção, diz Ocepar

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Safismi

A ampliação do prazo para plantio de soja no Paraná na temporada 2017/18 deverá ter impacto pequeno na safra do segundo maior produtor da oleaginosa do Brasil, avaliou nesta terça-feira a Ocepar, que representa as cooperativas no Estado. Devido à seca em setembro, que limitou o plantio de soja, milho e feijão naquele mês, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná emitiu portaria em 20 de dezembro que autorizou em caráter excepcional a semeadura da soja até 14 de janeiro, para cultivos em sucessão às culturas de milho ou feijão.

Segundo o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, a determinação vai beneficiar principalmente produtores do Sul e Sudoeste do Estado, especialmente aqueles que plantaram feijão como uma primeira safra, cujo ciclo foi alongado por posteriores chuvas e temperaturas mais baixas. Ele avaliou que serão poucos os produtores que plantaram o milho antes que conseguirão plantar a soja no novo prazo, que representa uma extensão de cerca de 15 dias ante o original.

Dessa forma, a área adicional com a oleaginosa será pequena, ainda mais porque o plantio fora do zoneamento agrícola não é coberto por seguro, assim como não pode receber financiamentos. “A gente acredita que alguns produtores vão fazer plantio mas não vai ser grande, vai ter mais risco (climático) e não vai ter crédito”, disse Turra à Reuters.

A área já plantada no Paraná foi estimada em 5,46 milhões de hectares, crescimento de 4 por cento ante a temporada passada, enquanto a produção deverá cair 3 por cento, para 19,3 milhões de toneladas, em meio a piores condições climáticas que as verificadas no ciclo anterior, marcado por uma situação ideal para as lavouras. Turra lembrou que a portaria impede que a soja seja cultivada sobre a área que recebeu a oleaginosa na primeira safra, até como forma de reduzir riscos de propagação do fungo da ferrugem asiática.

Ele admitiu que a extensão do prazo traz alguns riscos de propagação do fungo, mas comentou que o período estendido é relativamente curto, o que não representa um problema significativo. Integrantes da indústria da indústria de agroquímicos, como a Andef, alertaram que quanto maior for a janela de semeadura e número de gerações do fungo, maior será a pressão para o aparecimento de mutações nos sítios de ação dos fungicidas, o que poderá levar a dificuldades no controle da praga no futuro.

O gerente técnico da Ocepar também comentou a primeira pesquisa de intenção de plantio de milho segunda safra 2017/18 divulgada no final de semana pelo Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado. Segundo o Deral, a área plantada com milho segunda safra deverá recuar 11 por cento, para 2,15 milhões de hectares, resultando em uma produção 12,3 milhões de toneladas.

“Surpreende”, disse Turra, sobre a previsão de queda de área. “É uma redução significativa e não tem alternativa para a safrinha de milho, pode ser que ainda haja alguma mudança na decisão do produtor… Uma nova pesquisa, em função do mercado mais favorável ao milho”, comentou.

Fonte: REUTERS

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