Auditores e analistas da Receita Federal iniciaram nesta quarta-feira (21), mais uma operação padrão. Com isso, as filas na BR-277 e também para cruzar as fronteiras com o Paraguai e Argentina podem aumentar até sexta-feira (23).
Segundo o sindicato da categoria, os servidores atuarão com rigor redobrado na fiscalização na Ponte Internacional da Amizade e Ponte Tancredo Neves, o que poderá impactar o fluxo e o tempo de liberação de mercadorias.
Confira a nota completa do SINDIRECEITA:
O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal em Foz do Iguaçu e o Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal em Foz do Iguaçu informam que, de forma inédita, realizarão uma Operação Padrão conjunta, intensificando o movimento grevista que ocorre desde dezembro do ano passado.
Entre os dias 21 e 23 de maio, as categorias atuarão com rigor redobrado na fiscalização das operações aduaneiras nos principais pontos da fronteira, Ponte Internacional da Amizade e Ponte Tancredo Neves, o que poderá impactar o fluxo e o tempo de liberação de mercadorias.
Embora o movimento envolva a suspensão da liberação de cargas, serão mantidas as liberações de produtos perecíveis, medicamentos e demais itens essenciais, com o objetivo de minimizar os efeitos à sociedade e ao setor produtivo, reafirmando o compromisso dos servidores com o interesse público.
A intensificação do movimento decorre da intransigência do governo federal, que até o momento não apresentou proposta de recomposição das perdas salariais acumuladas desde 2016. Soma-se a isso a edição das resoluções 7 e 8 do Comitê Gestor do Programa de Produtividade da Receita Federal, que reduziram de forma abrupta a remuneração variável da categoria, em atitude vista como retaliação ao legítimo direito de greve.
Além da luta por justiça salarial e isonomia de tratamento em relação a outras carreiras do Executivo Federal, os sindicatos denunciam a política de enfraquecimento institucional da Receita Federal, agravada pela falta crônica de pessoal. Em Foz do Iguaçu, não há auditores e analistas suficientes sequer para suprir a atual demanda, realidade que tende a piorar com a abertura da nova ponte de ligação com o Paraguai, sem previsão de reforço de quadro funcional.
Esse cenário compromete a fiscalização aduaneira, a arrecadação tributária e o combate a ilícitos, afetando diretamente o financiamento de políticas públicas e serviços essenciais à população. A desvalorização e o tratamento discriminatório enfrentado pelos servidores da Receita Federal ameaçam uma instituição estratégica para a soberania nacional e a justiça fiscal.
Lamentamos profundamente os transtornos, mas reiteramos que a mobilização é necessária para garantir o reconhecimento das carreiras e a preservação da Receita Federal como instituição de Estado.
Reafirmamos nosso compromisso com a sociedade e seguimos abertos ao diálogo com o governo federal, em busca de medidas que assegurem o respeito, a valorização e a dignidade profissional de Analistas Tributários e Auditores Fiscais.