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Momento Saúde – OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO NA PANDEMIA

Publicado

em

Safismi

Na pandemia do novo coronavírus, a automedicação ganhou ainda mais espaço.
Com receio de ir aos consultórios e hospitais e se infectar, parte da população recorre às “farmacinhas” caseiras sem avaliar adequadamente os riscos que podem correr ao negligenciar sintomas que podem indicar alguma condição mais grave. As diversas informações falsas sobre o dito “tratamento precoce” contra a covid-19, e o apoio político em cima dessa questão, mesmo sem comprovação científica de que tenham eficácia, é outro ponto importante. A hidroxicloroquina e a ivermectina passaram a ser consumidas de forma desenfreada, muitas vezes sem prescrição médica.
De acordo com uma pesquisa, um a cada quatro brasileiros utilizou algum medicamento para “tratar precocemente” ou “prevenir” a infecção pelo novo coronavírus, que além de ineficaz, pode trazer graves prejuízos ao organismo.

QUANDO TOMAR MEDICAMENTOS POR CONTA PRÓPRIA?
Em geral, a automedicação foca no sintoma e não na causa do problema. Por isso, recomenda-se apenas que sintomas leves, como dor de cabeça e febre, sejam medicados com analgésicos e antitérmicos.

“Se esse problema não se resolve em um ou dois dias (48h), se orienta procurar um médico, que é quem pode diagnosticar o que está ocorrendo”.
Nas drogarias, o farmacêutico pode indicar qual o medicamento recomendado para sintomas leves e orientar sobre seu uso, forma de administração, dosagem e horário. Caso note a possibilidade de algo mais grave, ele também pode encaminhar o paciente a um médico. “Esse é um protocolo de saúde pública, que ajuda a desafogar o sistema de saúde. Uma pessoa pode evitar ir a um pronto-socorro em um primeiro momento por um sintoma que pode ser controlado”.
Os medicamentos para esses sintomas mais simples são vendidos sem prescrição médica, por isso é muito importante usá-los de modo racional, evitando seu uso excessivo, que pode causar efeitos adversos.

Divulgado pelo governo federal como medicamentos preventivos, mesmo sem comprovação científica, a hidroxicloroquina e a ivermectina podem causar diversos problemas de saúde quando utilizadas de forma indiscriminada e sem acompanhamento. As vendas desses medicamentos cresceram em 2020, respectivamente, 857% e 126%. Já existem registros em todo o Brasil de pacientes com quadros de hepatite medicamentosa decorrente do uso e que precisaram fazer transplante de fígado.

Outro risco é o de insuficiência renal. Como a hidroxicloroquina é excretada pelos rins, parte da droga pode se acumular nos órgãos, prejudicando seu funcionamento. Se usada em grandes quantidades, esse risco aumenta ainda mais. Lesões na retina e alterações no coração também podem ocorrer.
Existe ainda o risco para a população que tem diabetes. Como a hidroxicloroquina pode provocar quadros de hipoglicemia grave, pessoas que já tomam medicamentos para baixar a glicemia podem ficar ainda mais sujeitas.

E AS VITAMINAS, POSSO TOMAR?
Além dos medicamentos, as vitaminas são outro ponto que merecem atenção. Por se tratarem de elementos necessários para o funcionamento do organismo, não se imagina que em excesso elas podem fazer mal.

A vitamina C, por exemplo, é facilmente encontrada em frutas, legumes e verduras, mas existe a ideia de que é necessário tomar comprimidos efervescentes, com o intuito de prevenir gripes e resfriados. Entretanto, não há evidências de que isso funcione de fato.
Outras vitaminas, como a D, em excesso também podem provocar hipervitaminose, causando náuseas, vômitos, fraqueza, perda óssea e problemas renais.
A recomendação geral é simples: se não é um sintoma comum, como febre e dor de cabeça, só tome medicamentos e vitaminas com orientação e acompanhamento médico.

Fonte: Rafael Machado | Imagem: Prof. Dr. Flair Carrilho

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