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Agricultura

Leite: queda no preço pago ao produtor deve perder força, aponta Cepea

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Após registrar queda pelo quinto mês consecutivo, o processo de desvalorização do preço do leite pago ao produtor deve perder força neste final de ano, segundo destacou o Cepea em seu boletim mensal sobre o setor. A expectativa dos pesquisadores é de que a Média Brasil recue em torno de 5% após uma retração de 9,1% em outubro.

“O enfraquecimento do movimento baixista em outubro pode se explicar pela ligeira diminuição da disponibilidade interna de lácteos. Isso porque o crescimento da captação nacional tem perdido força”, explica a publicação. De acordo com o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) calculada pelo Cepea, a alta em setembro foi de apenas 0,36% na comparação com o mês anterior.

Entre os fatores que têm influenciado a oferta, o Cepea destaca o clima, com seca e calor no Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, além da queda da margem de lucro dos produtores este ano, o que tem diminuído os investimentos na atividade. Enquanto o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” caiu 5,4% de janeiro a outubro, a receita e a margem bruta recuaram, 19% e 55%, respectivamente.

“Esses dados fortalecem a percepção de agentes de mercado consultados pelo Cepea de que as cotações do leite ao produtor podem registrar queda menos acentuada em outubro e estabilidade no último bimestre do ano”, completa o boletim.

De acordo com IPCA medido pelo IBGE, o leite longa vida acumula deflação de 6,11% nos dez primeiros meses deste ano. Ao produtor, o preço médio pago pela matéria prima acumula cinco meses consecutivos de queda, comprometendo as margens da atividade.

“Produtores menores já recebem pelo leite vendido preços inferiores a R$1,80 o litro em diversos estados, o que não remunera a atividade”, destaca a Embrapa. De acordo com a Empresa, a desvalorização é reflexo do aumento das importações, que somaram 1,766 bilhão de litros de leite equivalente no período, uma média mensal de 176 milhões de litros.

Com isso, as perspectivas são de queda na produção neste último trimestre de 2023, com reflexos também no início de 2024, de acordo com análise da Embrapa. “É provável que essa produção siga fraca também no último trimestre e início de 2024, o que poderá voltar a sustentar os preços”, conclui o boletim.

Globo Rural

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