Os sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiram nesta segunda-feira (17) decretar greve por tempo indeterminado. A votação foi feita pela live do sindicato no Facebook e recebeu aprovação massiva dos trabalhadores, contando com apenas seis votos contrários.
Em Foz do Iguaçu, 90% da categoria aderiu à greve, permanecendo em atividades somente serviços considerados essenciais, como envio de medicamentos, entregas urgentes. As agências em Foz estão abertas para entrega e envio de postagens, mas com a paralisação, as entregas não essenciais podem sofrer atrasos consideráveis.
Ao todo devem aderir à greve cerca de 5,8 mil funcionários dos Correios no Paraná, impactando nos serviços prestados pela empresa em todo estado.
O que diz a ADCAP – Em nota, a Direção Nacional da ADCAP (Associação dos Profissionais dos Correios) lamenta que os trabalhadores tenham chegado a essa medida extrema, com graves reflexos para a sociedade, mas compreende que a condução das relações trabalhistas pela atual direção dos Correios não deixou alternativa para os trabalhadores, diante da tentativa de imposição de uma redução significativa nas remunerações.
A recomendação do sindicato é que os trabalhadores não façam greve presencial na frente das agências dos Correios, evitando assim aglomerações durante a pandemia da Covid-19. Segundo o sindicato, os Correios excluíram 70 dos 79 benefícios estipulados pela categoria em acordo coletivo que estaria vigente até 2021.
Entre esses benefícios estão 30% de adicional de risco, plano de saúde, vale alimentação e auxílio creche. O sindicato aponta que essas reduções podem diminuir o salário dos trabalhadores em quase 50%. O sindicato ainda aponta que os Correios estão prejudicando deliberadamente os direitos dos funcionários no intuito de facilitar a privatização da empresa.
Essas reivindicações dos funcionários haviam sido acatadas pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) em 2019, mas uma decisão liminar do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, suspendeu os efeitos do acordo na instância laboral.
Os trabalhadores dos Correios possuem, em média, a menor remuneração das estatais federais. Um carteiro ou atendente tem um salário inicial de menos de R$ 1.800,00, o que torna todas as parcelas salariais, como vale alimentação, por exemplo, indispensáveis na composição da renda.
Em nota, os Correios negaram que pretendem suprimir direitos dos empregados e que a economia prevista com o ajuste dos benefícios será de mais de R$ 600 milhões por ano.
Para encerrarem a greve, os sindicatos exigem que os Correios voltem a negociar a retomada dos benefícios ou que a liminar no STF seja derrubada.
Caso os ministros votem para validar a continuação do acordo coletivo que estava vigente até 2021, que não há aumento nenhum de salário e sim só mantém os direitos já adquiridos em outros acordos, todos os trabalhadores retornarão imediatamente ao trabalho.
Fonte: Portal da Cidade com Assessoria