Em seus 80 anos de vida, celebrados nesta segunda-feira (19/4), Roberto Carlos tomou conta do imaginário nacional. As roupas azuis, as rosas vermelhas, as músicas românticas, os especiais de fim de ano fazem parte da cultura brasileira. Mas há muitos elementos que tornam o Rei o maior artista brasileiro vivo.
Do começo da carreira até os dias atuais, Roberto Carlos caminhou movido pelo sucesso, sempre próximo aos interesses dos brasileiros. Jovem, criou uma cena de rock no Brasil e, mais velho, virou o sinônimo da música romântica. Trilha sonora de novelas, dos caminhoneiros e dos salões da alta sociedade, o artista tornou-se uma (quase) unanimidade no Brasil
Nos anos 1960, a histeria ao redor de Roberto Carlos era do mesmo nível da que ocorria com os Beatles. Não há imagens de fãs gritando na porta de hotéis como as da banda britânica, mas os registros do programa Jovem Guarda na TV Record deram um gostinho do frenesi.
Apresentação do programa televisivo Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos.Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo/AE
De acordo com o livro proibido Roberto Carlos Em Detalhes, o Brasil foi provavelmente o único país do mundo onde os Beatles não foram campeões de vendas de discos nos anos 1960. “Aqui quem mandava era Roberto Carlos e sua turma. O auge de vendas do cantor brasileiro, entretanto, foi na virada dos anos 1970 e 1980”, escreve o pesquisador Paulo César Araújo.
Nos anos 1970, Roberto migra para a música romântica e assume o papel de crooner – com clara inspiração em Frank Sinatra. Nesse período, Chacrinha criou a alcunha que melhor define o cantor: o Rei da Juventude, de repente, virou apenas Rei.
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“Roberto Carlos nunca teve unanimidade na crítica. Nos anos 1970, ganhou um período de elogios. Mas, rapidamente, tudo mudou. Nos anos 1980 e 1990, já como o Rei, Roberto era visto como um artista que se recusava a inovar. O mais curioso disso é que o público nunca quis que ele mudasse nada”, acredita Tito Guedes, Autor do livro Querem Acabar Comigo.