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Agricultura

Cooperativas pagam ágio de 26% no milho

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Safismi

Depois do recorde produção de milho na safra passada, que deprimiu os preços, a área para o cereal no Brasil na próxima safrinha será a menor desde a temporada 1976/77, de acordo com estimativas do Centro de Estudos em Economia Aplicada. A situação é tão preocupante que as cooperativas do Paraná adiantaram as campanhas para compras de insumos pelos produtos associados e estão oferecendo um plus de até 26% a quem quiser vender o grão a futuro nas operações de barter com tentativa de minimizar a área plantada.

A Coopavel, por exemplo, começou em Novembro a campanha para a venda de defensivos, fertilizantes e adubos aos agricultores que produzirão na safrinha. “Precisamos garantir uma produção de 500 mil toneladas de ração ao ano para tender os próprios cooperados e outros criadores de suínos e aves”,a firmou o diretor-presidente da cooperativa, Dilvo Grolli.

Para que o produtor aceite o barter com o pacote de insumos, a cooperativa ofereceu entre Novembro e Janeiro de R$ 26 a R$ 29 por saca a ser colhida na safrinha. À vista, o preço vai de R$ 22 a R$ 23.

“Conseguimos garantir 10% da estimativa de produção com o sistema. O “barter” é tradicional, mas costuma ter preços futuros mais baixos, apenas cerca de 5% acima do valor à vista”, disse Grolli. Os cooperados da Coopavel devem semear 80.000 e 100.000 hectares de milho e produzir cerca de 420.000 toneladas. “A estimativa é que 30% da área de produção de milho migre para o trigo, que pode ser plantado mais tarde”.

Já as cooperativas LAR e C. Vale, que também atuam no Paraná e no Mato Grosso do Sul, não ofereceram uma recompensa maior para entrega futura, mas querem garantir que o custo de produtividade seja viável também para os produtores. “Com a queda do preço do milho, a tendência seria de perda para o produtor. Mas a função da cooperativa é garantir a produção, até porque não há alternativa para todos os cooperados ao milho no inverno”, disse Vandeir Conrad, superintendente de negócios agrícolas da LAR. Para Conrad, a expectativa é receber 32 milhões de sacas de milho, o mesmo patamar do ano passado.

Para Robson Mafioletti, agrônomo e assessor técnico e econômico da Ocepar, organização que representa as cooperativas do Paraná, a perspectiva de maior recuo de preços do milho ao longo de 2018 também reduz o interesse do produtor pelo plantio do grão. “Ninguém quer gastar com insumo diante da tendência de preços em queda e do estoque elevado no Brasil. Por isso, as cooperativas fazem esse tipo de campanha para, pelo menos, garantir parte da produção”, disse.

Fonte: AGROLINK

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