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Agricultura

Brasil atende Argentina e desiste de trigo de fora do Mercosul

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Safismi

De acordo com informações do Portal argentino Agroindústria, o Brasil desistiu de abrir uma cota com isenção de impostos para importação de trigo de fora do Mercosul. Funcionou a pressão do governo Macri, que enviou uma delegação para negociar a mudança de ideia do ministro Blairo Maggi.

De acordo com a Consultoria Trigo & Farinhas, a Argentina “admitiu, com toda as letras, que o trigo é usado como moeda de troca no Mercosul. Pediu e o Brasil cedeu na parte de não liberar cota extra Mercosul com isenção de impostos. Mas, qual contrapartida que ofereceu? Nenhuma. Vantagem exclusiva dos argentinos. Será que o Itamaraty pulou este capítulo das negociações nos seus cursos? O Brasil teve a faca e o queijo na mão e não pediu contrapartida, simplesmente cedeu. Pode isto?”.

Um dos argumentos dos negociadores argentinos, de que vinham fornecendo “trigo de muito boa qualidade”, também é contestada pela T&F: “A principal queixa dos moinhos brasileiros é justamente a falta de qualidade do trigo argentino nos últimos 10 anos, ainda não corrigida até o momento (houve uma tentativa este ano, mas o clima não ajudou)”.

“Por conta disto, os moinhos brasileiros serão obrigados a importar algo como 2,0 milhões de toneladas de trigo melhorador dos EUA e do Canadá para atender às fortes exigências de qualidade do mercado local. (Será que tinha algum representante do setor de trigo, mesmo que do governo, na reunião?”, pergunta o analista Luiz Fernando Pacheco.

Segundo ele, faltou ao governo brasileiro argumentar que, já que as importações de fora do Mercosul são inevitáveis (pela qualidade), seria do interesse do governo brasileiro trazê-las sem custo adicional por um ano, justamente para não aumentar os custos dos moinhos e melhorar a demanda dos subprodutos, que está baixa justamente pelas circunstâncias por que passa a economia do país: “Não havia um representante do Ministério do Planejamento nesta reunião?”

Os argentinos alegaram ainda que o Brasil deveria desistir de importar trigo sem imposto de fora do Mercosul por “uma maior integração comercial”. “Pediram ainda outras isenções, mas, novamente, não ofereceram nenhuma contrapartida. Assim fica fácil. Brasileiro muito bonzinho, né?”, conclui Pacheco.

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