O alvo da Operação Rota Oculta são empresários do setor de transporte escolar, um vereador de São Miguel do Iguaçu e pessoas apontadas como “laranjas” no esquema. Entre as 5 pessoas presas, Rui Omar Novicki Junior, que é apontado pela polícia como chefe da organização criminosa. Luis Fernando Gruba Novick, que é irmão de Rui e a enteada Mayara de Araújo Ramires e outras 2 pessoas também foram presas.
Essas empresas venceram 19 lotes da licitação que oferece o serviço de transporte escolar em São Miguel do Iguaçu. A licitação era no valor de R$ 3,3 milhões, mas com aditivo o custo subiu para mais de R$ 4 milhões. Rui Omar Novicki é empresário e servidor público concursado da prefeitura de Foz do Iguaçu, por isso a procuradoria do município foi alvo de busca e apreensão.
Policiais da divisão de combate à corrupção também cumpriram mandados de busca e apreensão na prefeitura e câmara de vereadores de São Miguel do Iguaçu. A polícia também vai investigar a possível participação de um vereador no esquema. Um veículo BMW usado por Rui foi apreendido, é que o veículo está no nome da empresa Konigin controlada pela enteada. A suspeita é de que tenha sido comprado de forma ilícita.
O suposto esquema começou a ser investigado quando moradores de São Miguel do Iguaçu denunciaram possíveis irregularidades no transporte público escolar. De acordo com a investigação, 40% da quilometragem contratada pela prefeitura não é percorrida diariamente pelos veículos escolares, o que representaria cerca de R$ 1,4 milhão de prejuízo aos cofres públicos.
As investigações também apontam várias irregulares que impediriam a empresa de participar da licitação. Os ônibus não tem autorização para transporte escolar junto ao Detran (Departamento de Trânsito do Paraná) e também não têm tacógrafos nos veículos, aparelho que controla a velocidade.
As cinco pessoas presas vão responder por fraude a licitação, lavagem de capital, organização criminosa e por frustrar o direito dos trabalhadores. Apesar da operação, o transporte público escolar não será afetado. O Ministério Público acompanha o caso.
Por meio de nota a prefeitura de São Miguel do Iguaçu afirmou que não está sendo investigada nessa operação e que as buscas foram realizadas na secretaria de educação e no departamento de licitação. Tentamos contato com a Câmara de Vereadores de são Miguel do Iguaçu, mas ninguém nos atendeu. Já a Prefeitura de Foz do Iguaçu não vai se pronunciar a respeito porque a busca e apreensão foram realizadas no ambiente pessoal de trabalho do servidor investigado. Nós não conseguimos contato com as defesas dos presos citados na reportagem.
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