Durante o mês de março, a Rádio Jornal dedicou um espaço especial para informar e conscientizar sobre os direitos das mulheres, destacando suas conquistas ao longo dos anos. Além disso, a emissora fez alertas sobre os diversos tipos de violência doméstica.
No Jornal da Manhã Entrevista desta terça-feira (25), recebemos a pesquisadora Fabiana David Depiné, bacharel em Direito, vinculada à Universidade Federal do Paraná e ao Instituto Brasileiro de Direito de Família, especializada em Direito de Família.
Muitas mulheres que enfrentam relações abusivas se veem em uma encruzilhada, onde fatores emocionais e financeiros dificultam a decisão de romper com a situação. Como explicou Fabiana, “a mulher está muitas vezes envolvida pela questão emocional, suportando e relevando situações difíceis, principalmente quando depende financeiramente do parceiro, o que a impede de tomar a decisão de sair, especialmente quando envolve filhos”.
Em muitos relacionamentos abusivos, o controle começa de formas sutis, mas vai se intensificando com o tempo. A pessoa se vê sendo limitada em suas escolhas, como os amigos que pode ter, as pessoas com quem pode falar e até as atividades que deseja realizar. Isso ocorre quando o parceiro tenta impor sua visão sobre o que é adequado para a vida do outro, impedindo que a mulher tenha amizades ou oportunidades pessoais, como estudar ou trabalhar. Em um relacionamento saudável, é natural que ambos tenham suas próprias atividades, sejam sociais ou individuais, sem a necessidade de controle ou domínio.
“A gente precisa de relações sociais saudáveis ao nosso redor. E essas relações geralmente são a nossa rede de apoio”, destacou Fabiana.
Durante a entrevista, Fabiana compartilhou sua experiência de vida relacionada a um relacionamento abusivo. “O gatilho foi quando eu me olhei no espelho e falei: ‘cara, não sou eu, eu não me reconheci mais.’ Eu sempre fui uma pessoa extrovertida, conversando com todos. Mas, ao me olhar no espelho, percebi que já tinha me afastado da minha família e das pessoas mais próximas, e foi aí que percebi que eu me via de maneira completamente diferente”, contou.
Você pode assistir a entrevista completa no vídeo abaixo:
