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Paraná se mantém como segundo maior produtor de leite do País

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Safismi

Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná se destaca como o segundo maior produtor de leite do País, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em setembro. A pesquisa, referente ao ano de 2016, revela que a produção de leite subiu no Paraná e nos estados do Sul e caiu nos demais estados produtores.

A produção de leite no Paraná vem num ritmo ascendente nos últimos 10 anos. A pesquisa do IBGE revelou um crescimento de 75%, avançando de um volume de 2,7 bilhões de litros em 2006 para 4,7 bilhões de litros no ano passado, um crescimento de 2 bilhões de litros de leite no período.

A produção de leite no País, em 2016, alcançou um volume de 33,6 bilhões de litros que correspondeu a uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior (2015), quando o volume produzido foi de 34,6 bilhões de litros.

No Paraná, a produção de leite em 2016 alcançou 4,7 bilhões de litros, volume 1,5% maior que no ano anterior (2015), quando o volume alcançado foi de 4,6 bilhões de litros. Já o Valor Bruto da Produção, índice pesquisado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, aponta que a produção leiteira no Paraná já alcançou volume de 4,8 bilhões em 2016, com faturamento bruto de R$ 6 bilhões, valor 20% maior em relação ao período anterior.

ESTADOS – Assim como o Paraná, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também elevaram a produção de leite, o que colocou a região Sul do País como a maior produtora com um volume de 12,45 bilhões de litros produzidos no ano passado, que correspondeu a um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.

Apesar do avanço dos estados do Sul, Minas Gerais continua como o maior produtor de leite, com uma produção de 8,97 bilhões de litros em 2016, queda de 1,9% em relação ao ano anterior, quando o Estado produziu 9,14 bilhões de litros.

O estado de Goiás, que se destacou pela ascensão na produção de leite em passado recente, teve a maior queda, de 16,6%, apontou a pesquisa do IBGE. Naquele estado, a produção caiu de 3,5 bilhões de litros em 2015 para 2,93 bilhões de litros no ano seguinte.

Outro estado prejudicado, segundo a pesquisa do IBGE, foi São Paulo, que teve uma queda de 4,6% na produção de leite, que caiu de um volume de 1,77 bilhão em 2015 para 1,69 bilhão em 2016.

CRISE E CLIMA – Problemas climáticos (seca em algumas regiões e excesso de chuvas em outras) e de elevação nos custos de produção, como a elevação no preço do milho, que só foi apresentar movimento de queda no último bimestre de 2016, foram as causas na queda de produção de leite no País, explicou o médico veterinário Fábio Mezzadri, do Deral.

Além disso, outros problemas conjunturais limitaram o crescimento da atividade, como a economia desaquecida e inflação, que resultou em menor poder de compra da classe consumidora.

Segundo ele, os estados do Sul não foram tão atingidos porque o clima no ano passado não foi tão severo, embora também ficaram sujeitos aos efeitos da crise econômica, limitando o crescimento da atividade que poderia ter sido maior.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o produtor de leite no Paraná conta com um apoio muito firme do governo do Estado, que o ajudou a se manter na atividade e até ganhar dinheiro com ela, mesmo em ano de crise. Ortigara destacou os programas regionais de incentivo à produção de leite que conta com forte apoio da assistência técnica oficial da Emater.

E também ao programa Leite das Crianças, mantido com recursos do Tesouro Estadual, que incentiva a qualidade e propicia assistência técnica ao produtor, que por sua vez tem garantida uma demanda diária com a compra do leite pelo governo do Estado.

Além disso, o programa garante o pagamento do leite pela indicação do Conseleite – um conselho formado por acadêmicos, indústrias e produtores que acompanham a evolução dos custos de produção da atividade leiteira. Esses preços sempre garantem a remuneração da atividade aos produtores.

Sem esse apoio, os produtores ficam vulneráveis às oscilações de mercado que em anos de crise nunca são favoráveis.

APOIOS – Em relação ao programa de apoio à produção de leite nas regiões do Estado, a Secretaria da Agricultura mantém apoios na região Sudoeste, Oeste, Arenito e Norte Pioneiro. Para se ter uma ideia, o programa de apoio à produção de leite transformou a região Sudoeste na maior produtora de leite em volume no Paraná, contribuindo para o sucesso do Paraná no cenário nacional. Conforme a pesquisa do IBGE, o Sudoeste sozinho produz 1,1 bilhão de litros de leite por ano.

Mas é na região dos Campos Gerais que são registradas as maiores produtividades e qualidade na produção de leite, que se transformaram em referência no País. Segundo o Deral, os produtores utilizam tecnologia de produção, investem na melhoria genética e alcançam produtividades de até 30 a 40 litros de leite por dia, semelhantes às alcançadas em países desenvolvidos como Estados Unidos e da Europa.

Mezzadri, do Deral, explica que a média de produtividade da região dos Campos Gerais é de 10 mil litros de leite por vaca/ano, variando entre 25 a30 litros de leite por vaca/dia.

Para atingir esse resultado, os produtores utilizam alimentação estocada e de boa qualidade, com regularização na oferta de insumos aos animais. Também recorrem a mecanismos que maximizam a produção como biotecnologia de produção com transferência de embriões, fertilização in vitro e inseminação artificial. Também predomina na região o sistema intensivo de criação “free stall” (confinamento) e criação das raças holandesas e, em menor escala, da raça Jersey, especializadas na produção de leite.

AEN

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