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Brasil

Grêmio e São Paulo lideram receitas com licenciamento de marca no Brasil

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Safismi

Grêmio e São Paulo lideram o ranking de receitas referentes ao licenciamento de marca dos clubes brasileiros de 2016, segundo estudo divulgado pelo consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi. As equipes do Brasil, no entanto, ainda estão distantes de arrecadarem grandes fortunas. No ano passado, apenas R$ 90 milhões foram gerados com licenciamento de marca, o que representa 0,1% do volume global de faturamento deste mercado.  Para se ter uma ideia, há clubes da Europa que superam R$ 300 milhões por ano com venda de produtos relacionados às suas marcas.

Em 2016, R$ 16,1 milhões foram arrecadados pelo Tricolor gaúcho. O São Paulo ficou na segunda colocação, com R$ 13,7 milhões, enquanto Flamengo, com R$ 12,9 milhões, apareceu em terceiro lugar. Já o Corinthians, que já chegou a superar os R$ 21 milhões de faturamento com licenciamento de marca, registrou apenas R$ 8,9 milhões neste mercado, se estabelecendo na quarta posição.

“Mesmo o Grêmio, São Paulo, Flamengo e Corinthians faturam muito pouco em relação às outras fontes de receita. Isso está ligado à baixa venda dos produtos. Os clubes têm muita torcida, mas pouca venda de marca. Outro motivo é o desconhecimento de como fazer projetos nessa ordem que possam alavancar os clubes, e, obviamente, o mercado brasileiro está muito aquém de outros mercados no que diz respeito ao interesse das pessoas em consumirem a marca dos clubes. Existem milhões de torcedores, mas pouquíssimos são aqueles que podem gastar dinheiro comprando um produto licenciado do clube”, disse Amir Somoggi, responsável pelo estudo.

São Paulo se destaca no histórico dos quatro líderes de receita com licenciamento de marca (Foto: Reprodução)

De toda a receita gerada pelos clubes brasileiros, grande parte se dá pelos direitos de transmissão, que, em média, compõe 51% do faturamento total dos 20 principais times do país. Venda de jogadores (14%), patrocínios (11%) e sócios (11%) são outras fontes importantes que acabam sendo priorizadas pelas agremiações locais, ao contrário dos rivais europeus, que já exploram muito mais as possibilidades de alavancar seus faturamentos.

“O marketing dos clubes brasileiros é focado em um, dois, três patrocinadores e muito pouco no licenciamento. Enquanto isso, na Europa, os clubes têm 60 patrocinadores e milhares de produtos licenciados. Claro que a camisa tem um peso muito grande, então um bom contrato com um fornecedor de material esportivo garantindo royalties efetivos de venda de camisas é importante, mas você tem uma gama enorme de outros produtos que podem ser importantes no ponto geral de ganho de licenciamento. Aí que os clubes brasileiros falham muito”, afirmou Somoggi, antes de atentar para um dos exemplos que explicam o atraso dos clubes brasileiros na otimização de suas receitas.

“Eu já viajei para vários países europeus em que há diversos produtos licenciados, em euro, muito mais baratos do que os produtos em real daqui do Brasil. Aqui, como pouca gente consome, os preços são altos. Então, como lá tem um volume grande de venda, os preços tendem a cair. Há clubes que vendem muitas camisas, como o Corinthians e o Grêmio, mas as empresas não baixam o preço, continua lá em cima. Estive em Chelsea, que é um dos bairros mais nobres de Londres, e tinha camisa lá por 15 libras, que são R$ 60. Eu não compro nada na loja do Corinthians por R$ 60”, concluiu.

Gazeta Esportiva

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