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Erros em hospitais matam 8 mil paranaenses por ano

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Safismi

A cada 66 minutos um paranaense morre em decorrência de erros dentro de hospitais, que vão desde falhas banais, como erros de dosagem ou de medicamento, ao uso incorreto de equipamentos. Os dados, levantados com base na metodologia adotado pelo Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar do Brasil, divulgado ontem pelo Instituto de Saúde Suplementar (IESS) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), indicam que em 2016 podem ter ocorrido 8.130 mortes (média de 22 por dia) nos hospitais públicos e privados do Paraná em decorrência de condições adquiridas nos hospitais.

Para se ter noção do que essas mortes representam, por ano, segundo informações do Ministério da Saúde, morrem cerca de 70 mil pessoas do Paraná. O número de óbitos por razões adversas, portanto, responde por 11,6% do total, superando as sete mortes causadas diariamente por acidentes de trânsito no Estado, os oito óbitos provocados pela violência e ficando atrás apenas dos cerca de 37 registros por câncer e dos 55 relacionados à problemas cardiovasculares.

Ao longo do ano passado, 811.511 paranaenses foram assistidos pela rede hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) e outras 478.849 pela rede suplementar de saúde (convênios), totalizando 1.290.360 paranaenses internados na rede hospitalar. Usando ainda como base o estudo já citado, temos então que 92.906 paranaenses (7,2% do total) foram vítimas de pelo menos uma condição adquirida intra-hospitalar em 2016.

Isso tem custo também. No Paraná, esses problemas fariam um rombo de mais de R$ 700 milhões.

Problema é mundial
No mundo, de acordo com o documento da IESS, ocorrem anualmente 421 milhões de internações hospitalares e 42,7 milhões de eventos adversos, um problema de saúde pública reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

Nos Estados Unidos, país com população de quase 325 milhões de pessoas, os eventos adversos causam 400 mil óbitos por ano, ou 1.096 por dia, o que faz com que esta seja a terceira causa de morte mais comum naquele país, atrás apenas de doenças cardiovasculares e do câncer

De acordo com o Primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, dos 19,1 milhões de brasileiros internados em hospitais ao longo de 2016, 1,4 milhão foi “vítima” de, ao menos, um evento adverso. Apenas em 2016, morreram nos hospitais públicos e privados do País 302 610 brasileiros em razão desses eventos adversos, diz o Anuário

O Anuário Da Segurança Assistencial Hospitalar do Brasil foi divulgado ontem pelo IESS e pela UFMG. A pesquisa acompanhou 240.128 pacientes que tiveram alta hospitalar entre o início de julho de 2016 e final de junho de 2017. Foi com base nos resultados obtidos com essa amostra e outras informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Suplementar (ANS) que se estimou o impacto dos erros médicos nas mortes em hospitais

A cada dois dias, cinco sindicâncias chegam ao Conselho Regional de Medicina
Cinco sindicâncias são abertas a cada dois dias pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) contra profissionais do Estado a partir de denúncias encaminhadas por por iniciativa do próprio Conselho. Mas se o número de denúncias e investigações preliminares é grande, por outro lado os processos ético-profissionais e mesmo as punições são fatos bem mais raros, uma vez que apenas 28,9% das investigações preliminares resultaram em processo. Além disso, dos médicos julgados, somente 17,2% foram punidos.
Segundo o CRM-PR, o baixo índice de processos abertos e de punições aplicadas se deve ao bom trabalho dos médicos paranaenses e ao fato de grande parte das denúncias não terem o embasamento necessário para motivar uma punição.
“A grande maioria das situações não culminar em processo, em condenação, significa que o profissional médico do Paraná é extremamente bem preparado, que fazemos um bom trabalho”, argumenta Maurício Marcondes Ribas, Corregedor-geral do CRM-PR.

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