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Com crise econômica, mercado de trabalho doméstico está em alta

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Em tempos de crise econômica e escassez de oportunidades de trabalho, cada vez mais paranaenses encontram no trabalho doméstico uma forma de sustento. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2012 e 2017 o número de pessoas ocupadas no ramo cresceu 12,1%, ao ponto de termos hoje três empregados para cada grupo de 100 habitantes no Paraná.

Os dados, compilados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), indicam que no começo de 2012 o estado contava com 5,24 milhões de pessoas ocupadas, das quais 306 mil (o equivalente a 5,8% do total) atuavam no ramo de serviços domésticos. Cinco anos depois, o Paraná fechou 2017 com 5,49 milhões de pessoas ocupadas, das quais 343 mil (6,24% do total) classificadas como trabalhadores domésticos.
O crescimento verificado no estado, de 12,1%, foi maior, inclusive, do que o registrado no Brasil como um todo. No primeiro trimestre de 2012, o país contava 6,09 milhões de trabalhadores domésticos, com a categoria representando 6,9% dos 88 milhões de ocupados. Cinco anos depois, esse número havia crescido 4,6%, alcançando a marca de 6,37 milhões de empregados domésticos, o equivalente a 7% dos 92,1 milhões de ocupados.

Em todo o Brasil, apenas São Paulo (1,58 milhões), Minas Gerais (775 mil), Rio de Janeiro (554 mil) e Bahia (458 mil) contam com mais trabalhadores domésticos do que o Paraná.

Diaristas puxam o crescimento

O crescimento do setor veio na esteira da aprovação da PEC das Domésticas, em 3 de abril de 2013. A partir daí, foram equiparados os direitos dos empregados domésticos aos dos demais trabalhadores e incentivou-se a formalização do setor, impulsionando o mercado de serviços. Uma prova disso é que o segmento de franquias de limpeza e conservação foi um dos que mais cresceu no primeiro semestre de 2017, sendo que antes de 2013 esse tipo de franquia não tinha muita expressividade.

Há cinco anos no mercado e atual líder do setor, a rede de franquia de serviços Maria Brasileira é um exemplo de sucesso. Hoje a empresa possui 11 franquias no Paraná, além de outra em fase de implementação. São cerca de 350 pessoas trabalhando de forma formal e informal nessas unidades.

“As famílias não têm mais condições de ter uma empregada doméstica de segunda a sexta-feira, mas precisam pelo menos uma vez por semana. Então o setor está sempre em crescimento, numa média de 10 a 15% ao mês”, afirma Irene de Oliveira Simão, franqueada da rede e que administra duas unidades da Maria Brasileira em Curitiba.
Com o setor em crescimento, naturalmente também tem aumentado o número de trabalhadores que migram de outras áreas para atuar com serviços domésticos. “A crise pegou todo mundo e muitas classes estão com dificuldades para se recolocar no mercado. Recebo muitas ligações de pessoas que trabalhavam de caixa de supermercado, na área de produção, e estão querendo uma oportunidade para entrar na área de limpeza, porque sabem que o setor de serviços domésticos está crescendo”, complementa Irene.

Trabalhadores da área recebem salário 58% menor que outras

Com relação ao rendimento dos trabalhadores domésticos, a variação registrada entre o primeiro trimestre de 2012 e o último trimestre de 2017 foi de 74,5%, passando de R$ 546 para R$ 953, segundo o IBGE. Nesse mesmo período, o rendimento médio do trabalhador paranaense teve crescimento de 47,2%, passando de R$ 1.531 para R$ 2.254. Ou seja, apesar do crescimento mais significativo, o rendimento dos trabalhadores domésticos ainda é 57,7% menor à média do trabalhador paranaense.

No Brasil, nesse mesmo intervalo de tempo, o rendimento dos trabalhadores domésticos teve incremento de 57,4%%, saltando de R$ 541 para R$ 852. Já a média de rendimentos das pessoas ocupoadas passou de R$ 1.388 para R$ 2.084 no período, uma variação de 50,14%. A desigualdade, contudo, ainda é grande: os trabalhadores domésticos recebem um salário 59,11% menor do que a média dos demais trabalhadores brasileiros.

 

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