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Após polêmica, PM retira o termo “masculinidade” de edital de concurso

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Safismi

A Polícia Militar (PM) retirou o termo “Masculinidade” do edital do curso de formação de cadetes. A masculinidade, em nível regular, era uma das exigências do processo seletivo, e foi definida como “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”.

Na noite de ontem (13), às 19h50, foi publicada a retificação, substituindo o termo por “Enfrentamento”, com a definição: “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades e de não se emocionar facilmente”. Foi retirado o trecho que determinava que o candidato não poderia ter interesse por histórias românticas e de amor.

A exigência de “Masculinidade” levou a Aliança Nacional LGBTI e a ONG Grupo Dignidade a pedirem a revogação do edital. Para as entidades, a exigência “desconsidera a possibilidade de mulheres candidatas a cadete” e representa “retrocesso discriminatório e permeado por machismo, chauvinismo (chovinismo) (que é patriotismo fanático, agressivo), patriarcalismo, sexismo, binarismo de gênero e heteronormatividade”. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná se manifestou contra a exigência.

Inicialmente, a PM defendeu o termo, dizendo que ele havia sido mal interpretado. Porém, ontem, anunciou a mudança, explicando que foi realizada “sem prejuízo à testagem psicológica necessária à definição do perfil profissiográfico exigido para o militar estadual”.

Segundo a PM, “em nenhum momento têm adotado posturas sexistas, discriminatórias e machistas. A Corporação destaca que depois de 164 anos de instituição têm uma mulher no Comando da Corporação, o que mostra a postura da PM em não fazer diferenciação de gêneros”.

Ontem, a governadora Cida Borghetti (PP) também se manifestou, pedindo a correção dos termos. A governadora afirmou, em nota, que “não admite qualquer postura discriminatória nos atos das instituições de Estado” e destacou a nomeação da coronel Audilene, para o comando geral da PM.

O concurso tem 16 vagas e salário inicial de R$ 9,5 mil. Os candidatos passam por um teste psicológico durante o processo seletivo.

O anexo 2 traz o perfil esperado e determina outras características, como nível baixo de “Vulnerabilidade”, definida como “Tendência a vivenciar intensamente um sofrimento emocional. Fragilidade emocional” e nível baixo de “Amabilidade”, definida como “Capacidade de expressar-se com atenção, compreensão e empatia às demais pessoas, buscando ser agradável, observando as opiniões alheias, agindo com educação e importando-se com suas necessidades”.

Leia o edital completo.

 

Portal Paraná

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